'Ponto 6' vira febre em Aracaju

Por Amanda Neuman

Atire a primeira pedra a mulher que nunca comprou em liquidação! Ou melhor, quem se arrisca a dizer que não adora quando aquela peça tão procurada está com um descontão? Agora imagine uma loja inteira cheia de saias, vestidos, blusas, bolsas e até jeans a preço de banana. É, isso existe. E é conhecido como 'Ponto 6', uma loja de roupas e acessórios, onde qualquer peça custa 6 reais.

São lojas quase sempre pequenas, com as calçadas repletas de manequins. Uma infinidade de cores e tendências, muitas vezes com material de baixa qualidade, mas que atraem os olhares de mulheres e homens que buscam, sem gastar muito, a chance de estar na moda.

As pequenas lojas, ao contrário do que se pode imaginar, também seguem tendências. Na maioria das vezes, os proprietários viajam até cidades onde há grandes ‘feirões’ de roupas baratas, um exemplo é Caruaru, em Pernambuco. Em uma feira permanentemente instalada na ‘capital da sulanca’ podem ser encontradas as tendências atuais, das saias de cós alto às jaquetas de tachinhas.

A comerciante espera a clientela

A sergipana Givalda Santos compõe o grupo que, cerca de três vezes por mês, faz a viagem de 443Km em busca de novidades. “É uma viagem comprida, mas que dá lucro. Tem gente que olha e acha que vender roupa barata não dá dinheiro, mas os bairros daqui são cheios de gente que só compra roupa desse preço”, explicou a comercianteque até já aceita cartão de crédito em sua loja, na Zona Norte de Aracaju.

Talvez você até pense que as peças encontradas não devem ser bonitas, mas é aí que está o engano, já que as roupas são inspiradas nas criações das grandes lojas de departamentos. “Muitas coisas que eu tenho aqui, dá pra encontrar cinco vezes mais caro lá no centro. Tenho clientes fieis que se enchem de roupa quando passam. O tecido é diferente, mas não é coisa ruim”, defendeu Givalda Santos.

É verdade que, à primeira vista, já dá pra pensar que as roupas são do tipo ‘lavou-rasgou’, mas só testando pra saber. Com um material bom ou não, não há como negar que é uma oportunidade de qualquer um se achar bonito. Mesmo porque, fim das contas, ninguém anda com a etiqueta do preço pendurada para fora mostrando que o vestido custou 600 ou seis reais.